Fernando Saussure - Breve Vida e Obra

Concepções de texto a partir do quadro formal e funcional da língua e seus princípios de textualidade.

sábado, 27 de outubro de 2012

                                                                                                                    

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    A Linguística Textual começou a se desenvolver na Europa a partir do final dos anos 60, sobretudo entre os anglo-germânicos, e tem se dedicado a estudar os princípios constitutivos do texto e os fatores envolvidos em sua produção e recepção. Paralelamente ao desenvolvimento dessa teoria, do final da década de 60 até nossos dias, têm se fortalecido e se ampliado, no campo da Linguística, os estudos voltados para fenômenos que ultrapassam os limites da frase, como o texto e o discurso, e interessados menos nos produtos e mais nos processos – a enunciação, a interlocução e suas condições de produção. Parece propício, portanto, neste momento, retomar o conceito de textualidade e repensá-lo, levando em conta contribuições advindas de lugares diferentes, como a Análise do Discurso, as teorias da enunciação, a Pragmática, a Análise da Conversação, os estudos sobre a língua falada, que nos convidam a incluir no campo de nossas reflexões fenômenos antes não considerados como propriamente linguísticos.

        A linguística contemporânea é marcada por diferentes vertentes teóricas que se constituíram ao longo do século XX e que se consolidam neste início do século XXI. No que concerne ao campo científico da linguagem, a riqueza teórica na formação epistemológica de um objeto de estudo conduziu a linguística às duas principais perspectivas de análise: FORMALISMO e FUNCIONALISMO. Cronologicamente, poderíamos dizer que esses dois paradigmas teóricos surgiram em momentos bastante próximos, no início do século XX, definindo os dois modos essenciais de análise da linguagem, ora se pautando na FORMA linguística ligada às unidades estruturais da língua, ora priorizando a FUNÇÃO que tais unidades linguísticas assumem no sistema.

          Entre os expoentes do formalismo linguístico podem-se incluir linguistas vinculados ao estruturalismo norte-americano (Leonard Bloomfield, Fries, Harris), bem como aqueles que contribuíram de algum modo, nos sucessivos modelos do gerativismo de Noam Chomsky. O funcionalismo, por sua vez, encontra-se ligado, inicialmente, aos autores do estruturalismo europeu da Escola de Genebra (Saussure, Martinet), da Escola de Praga (Trubetskoy, Jakobson, Danes). Em seguida, desenvolve-se nos modelos de gramática funcional apresentados na Escola de Londres (Firth, Halliday) e no Grupo da Holanda (Reichling, Dik).

Gabriel Meneses Ferreira

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